terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tatuagem

Uma vez eu li em algum lugar que pessoas que têm tatuagens 1- não gostam de falar sobre as suas tatuagens, e 2- não querem bolar desenhos para os outros.
Eu, pelo menos, não concordo com a primeira afirmação. Eu gosto de falar sobre as minhas tatuagens, porque tem uma historinha. E os desenhos fui eu que bolei.
Mas a segunda afirmação é totalmente verdadeira (com exceção aos tatuados-tatuadores). Quatro pessoas já me pediram pra "bolar desenhos".
Uma amiga, mãe de duas meninas, queria um desenho de palitinho de duas menininhas. Passei um tempão bolando um desenho com curvas, "macio", que no fim das contas ela não gostou. Ela queria um do tipo quadradinho mesmo. E tatuagem de menininhas de palitinho quadradinhas eu acho tosco, não fiz. Até ela mesma faz, vai.
Minha irmã pediu pra eu fazer um negócio-tipo-um-ramo. Fiz um monte, e ela não gostou de nenhum. Acontece que o negócio-tipo-um-ramo que eu bolei pra mim, surgiu de repente, sem querer. Bolar um desenho só porque alguém quer, eu não consigo.
Uma amiga que é devota de Nossa Senhora Desatadora dos Nós, queria que eu fizesse o desenho de uma fita, com muitos nós numa ponta e menos nós em outra, terminando em um nó se desfazendo. Alô-ôu! Eu não sei desenhar fitas. Muito menos nós. E como se não bastasse ter que desenhar a fita, eu ainda tinha que acertar no formato da fita. Não reta, mas sem muitas curvas. Passado um tempão ela falou que tinha desistido da tatuagem e eu falei "Ainda bem".
Uma amiga que vai pra faculdade na mesma van que eu me pediu recentemente pra eu fazer um desenho dela e da mãe dela. Eu faço desenhos com cabeças grandes, braços finos. Coloco o que a pessoa tem de mais característico, tipo o cabelo, as roupas, óculos, essas coisas. Falei que fazia, mas não prometia pra logo, porque só tenho o final de semana com tempo pra isso, e geralmente eu faço alguma coisa mais... importante. Quando essa amiga minha disse que ela iria tatuar esse desenho nas costas, tentei dissuadi-la (hum, nunca tinha usado essa palavra numa frase antes). "Má, cê tem certeza? A aparência das pessoas muda, o cabelo, as roupas. E até os estilos de desenho mudam, um dia você pode olhar e achar que é feio..." Mas ela disse que quer. Vou demorar bastante. Talvez ela mude de ideia.
Enquanto isso eu tenho guardado mais um desenho que eu fiz. Pra mim.

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