segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O que aconteceu mesmo? (Parte 1)



Pra que fique registrado aqui o motivo da ausência por tanto tempo do blog, vou ter que queimar um monte de neurônios pra lembrar das coisas na ordem certa...

Então que em 2007, quando eu entrei na faculdade, uma amiga minha que tinha se formado no mesmo curso (Letras) em 2006, foi pros Estados Unidos. Ela foi num programa de intercâmbio chamado Au Pair. Esse é um programa de um ano (que pode ser extendido por mais 6, 9 ou 12 meses), que custa muito mais barato do que um intercâmbio de 4 meses; e não é só um intercâmbio de estudo, mas de trabalho+estudo. Nesse programa a menina vai morar na casa de uma família americana e o trabalho consiste em cuidar das crianças dessa família. Por esse trabalho, a menina recebe um salário semanal de US$195,75, com um dia e meio de folga por semana, um final de semana de folga por mês, duas semanas de férias remuneradas e uma bolsa de estudos de até US$500 no ano. Além do que você dorme e come na casa da família, sem pagar nada (a menina só paga a se comer na rua), e na maioria das vezes, a família até fornece um celular.

Não sei direito quais são os pré-requisitos pra uma família poder receber uma au pair, mas sei que a casa tem que ter um quarto só pra ela. O banheiro pode ser compartilhado com a família, mas o quarto tem que ser só dela, não importa onde seja: mesmo andar, sótão ou basement.

Já os pré-requisitos pra uma menina poder ser au pair são: ter entre 18 e 26 anos; ser solteira e sem filhos; ter conhecimento intermediário de inglês; gostar de crianças; ter, no mínimo, 200 horas de experiência comprovada com crianças (trabalho voluntário, cheches, trabalho como babá, cuidar da filha da vizinha); ter concluído o Ensino Médio; ter carteira de motorista. E apesar de a maioria das agências colocar nos pré-requisitos que tem de ser do sexo feminino, algumas agências têm o Male Au Pair, mas tem que ter um mínimo de 1000 horas de experiência comprovada com crianças, e algumas até exigem formação em curso de Educação Física.

Na teoria, o programa se chama Au Pair (ao par, em francês) porque a menina seria recebida na casa como um membro da família americana, mas na real, é um emprego. Claro que tem muitas meninas que são realmente recebidas como mebro da família, que fazem as refeições junto, que viajam junto, que passam seu tempo off na companhia da família, essas coisas, mas também tem menina que é tratada como empregada, que não é bem-vinda à mesa, e que conta as horas pra ficar off logo ou passar o fim de semana longe da família. Mas existem famílias e famílias, e au pairs e au pairs...

Esse é um programa muito interessante, porque a menina adquire experiência, fica mais independente, aprende a se virar sozinha, amadurece, treina muito muito muito o inglês, aprende uma nova cultura, faz coisas novas, come coisas novas, vê coisas novas, faz muitos muitos muitos amigos, pode estudar, viajar, juntar dinheiro, gastar dinheiro, e no fim do ano, vai ter um atrativo e tanto para o currículo.

Muito bem. Então esssa amiga minha foi ser au pair na Virginia. Ela cuidava de três crianças e eu fui acompanhando o ano dela pelas fotos e por recados no orkut. Quanta coisa ela fez! Quanta coisa ela viu! E eu fui me interessando. Comecei a procurar blogs de au pairs e futuras au pais, e comecei a me perguntar se eu também poderia fazer isso. Será que eu conseguiria? Eu conseguiria!

E mais, eu queria!

Continua...

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